Saturday, October 12, 2013

#615


O que quer que eu ame,
o destino rouba de mim

- além de cuidado,
proximidade
e esse coração.

Minhas memórias, 
reduzidas a frases mínimas,
eu as repito 

para fingir que tive um passado,
para fingir que tenho fé no futuro. 

Quando não há pelo que esperar,
vou para a cama chorando
e acordo líquida.

Atravessa-me
como um rio
a mudança.


Whatever I love,
destiny steals from me

- and care, closeness,
and this heart.

My memories, reduced to
minimalistic sentences,

I repeat them to myself
to pretend I had a past,

to pretend I have some faith
in the future.

When I have nothing to wait for,
I go to bed crying and wake up
fluid.

It flows through me
like a river,
change.

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