(image by Hengki24)
Rasga a noite
em pedaços
o trem.
Vem tarde mas
não se aproxima e
grita coisas que
não entendo
- não aprendi
a língua da
brasa viva.
Porque a casa dorme
e eu não encontro um motivo
ele vem ensurdecedor
e me priva da canção
que o maquinista
solfeja
emudece os grilos
abafa o meu coração
quando finalmente
podia haver alguém
em algum lugar
tentando ouvi-lo.
it
cuts night open
this train.
it comes late but
not close and screams
things I can't understand
since I wasn't taught
the language of
live coals.
because the house sleeps
and I can't find a reason
I hear it loud
it deprives me of
the song
the machinist hums
it mutes crickets
and muffles my heart
right when
there could be someone
out there
trying to listen.
Quando trem passa, somos espera ou partida.
ReplyDeletemeu deus amiga... queria tanto segurar um livro com tuas belas concatenações de palavras,e sentir o aroma das paginas e do calor que vem dos silêncios entres as palavras... Bjs mil
ReplyDeleteÓtimo, Kenia! Poetas sempre escutam a língua das coisas. Lindo poema!
ReplyDeleteBeijos.
Nos ruídos
ReplyDeletee silêncios
calamos
para ouvir
Abraço!
[como a canção que se dissolve no comboio, lá longe, na distância
ReplyDeleteem cada um de nós, a voz, o som que onde memórias começam e terminam.]
belíssimo momento, Kenia
Leonardo B.
Lindo! Sem explicação diante de tanta beleza...
ReplyDeleteParabéns! Este seu trabalho é para encantar almas!
i love the music of the english version:
ReplyDeleteit deprives me of
the song
the machinist hums
it mutes crickets
and muffles my heart
i love the imagining of "the song the machinist hums" -- perhaps another lone soul in the night ...
isn't there a temptation to lose oneself in the big noise?
Extraordinarily original in concept and delivery.
ReplyDeleteI just adore these lines:
I wasn't taught
the language of
live coals...
Maybe not, but you know how to drop words like they're hot, sister.