Tuesday, September 20, 2011

Stillness

I wasn't the one
who closed that door
and left the other behind
to get used to absence
and lonely spaces.


Sunday, September 18, 2011

#506

(image by Daria)

Eu ando pela cidade
mas sempre acabo
aqui.

Venho ao teu portão
e grito o teu nome
quarenta e nove vezes.

A noite responde com cachorros,
vou embora antes que os vizinhos
acordem.

Minha voz tão fraca,
tua janela tão distante,
você.

I wander through the city
but my feet always bring me back
here.

I come to your door
and scream your name
forty nine times.

Night replies with dogs,
I leave not to wake up
neighbors.

my voice so weak,
a window so distant,
you.


Thursday, September 15, 2011

#504


(image by stachelpferdchen)

A minha versão corajosa
com armadura completa
e espada em punho,
mataria os monstros que habitam
as sombras que as suas mãos
fazem quando se movem pelo papel,
a minha versão corajosa

- quer fossem tão altos quanto sequóias
ou tão concretos quanto moinhos de vento.


The brave-hearted me,
dressed up in shiny armor,
sword in hand,
would duel and slay
the monsters inhabiting
the shadows
your hand makes on paper
while you write,
the brave-hearted me.

It wouldn't mind them
being as tall as the tallest trees
or as concrete as windmills.

#503


(A street in Arles, image by arasam22)


Tive que fazer mais do que
sentar-me em sua cama
e estudar suas paredes
e cadeiras para perdoar
Vincent.

A falsa quietude
predominante nos móveis,
retratos e roupas
usadas para responder
a qualquer pergunta

A janela empoeirada
para uma alma tão partida
que seus pedaços
não pertenciam mais
juntos,

tive que ir até lá
e abri-la
e deixar o meu coração
na soleira com um bilhete que
ele talvez gostasse de levar no bolso.


I had to do more
than go and sit on
his bed and study
his walls and chairs
to forgive Vincent.

The fake steady rest
all over the furniture
faces and costumes
he'd wear to answer
whatever questions

the dusty window
to a soul so badly
broken no one
could put pieces
back together

I had to go and open it
and place my heart on the
windowsill along with a note
he might like to keep in his
pocket and carry around.





Tuesday, September 13, 2011

#502


(image by G-R-E-T-A)


Ganhou e perdeu
guerras de balões d'água
a criança que eu fui.

Risos eram
os espólios que todos
carregavam para casa.

Lost and won
water balloon battles,
the child I once was.

Laughs were assets
everyone could
carry home.






Sunday, September 11, 2011

Sealed

Last
time
carries
no
love.

#501


(image by John Myers)

Onde você estava
quando o terror cobriu o mundo
com 15 centímetros de poeira
e nuvens de fumaça?


O sonho de voar
as palavras não ditas
o último pedido
o céu pela última vez

- nunca mais a primeira.



Where were you when
horror covered the world
with 3-inch-thick dust
and clouds of smoke?

The dream of wings
the words not said
a last wish
the sky for a last time

- never again firsts.


(posted to dverse and imaginary garden with real toads 9/11 memorial - 10th anniversary)

Friday, September 9, 2011

#500


(image by deep_south88)

Essas linhas
não se traduzem.

Doze leituras diferentes
do mesmo coração
ainda falham em explicar

os espaços quietos e solitários
nas horas ruidosas que nos separam.

These wavy lines
don't translate into
words

twelve different readings
of this heart
fail to tell you

of the lonely stillness
in the thundering hours
between us.