Monday, January 31, 2011

#437

(image by Zarazentira)

Eu sei que vou
amar melhor as pessoas
quando aprender a
vê-las
da mesma forma
que vejo
pipas
no céu.


I know
I will love people better
when I learn to
see them
the same way I see
kites
up
in the sky.

Sunday, January 30, 2011

#436



Caminho
quando preferia flutuar
no espaço,

As pessoas vivem como cometas
e morrem como estrelas.

Às vezes me sinto tão velha
quanto o universo,

A estrada que não escolhi
também pode ser lida
nas minhas pegadas.



I walk
when I’d rather float in space,

People live like comets
and die like stars.

Sometimes I feel as old
as the universe,

The road I have not taken
also showing
on my footprints.


My piece for One Shoot Sunday

Saturday, January 29, 2011

#435

(image by Kim Parent)


Gosto de ver famílias
fazendo coisas juntas.

Estudo seus rostos
e movimentos
com interesse singular

Penso como será
quando
eu tiver a minha própria família:

Cinco crianças
quatro cachorros
brincando juntos no quintal,
brigando uns com outros,
ganhando abraços,
mordidas e
joelhos escalavrados
crescendo juntos
cercados de amor.


I like watching families
doing things together.

I study their faces
and movements
with singular interest.

I think of how amazing
it will be for me
when I have my own family:

Five children
Four big dogs
playing in the yard,
fighting one another,
getting bitten
hugged
bruised

still growing up in love,
all together.



("Safe in a thought of the future", for Sunday Scribblings)

Inspired by Andreas's poem Playing in the snow

#434


(image by Quinn)


O amor
que é luz e viaja rápido
move a minha mão sobre o papel

Eu não vou mentir

minhas pernas ficam fracas
e eu caio
quando deveria me manter de pé.

Seus olhos
só eles
vêem através de mim
no chão.

Love
Which is light and travels fast
Moves my hand over the paper

I won’t lie

My legs go weak
I fall
When I should stand

Your eyes
And your eyes only
Allowed to see through me
On the floor.


Tuesday, January 25, 2011

#433


(image by Citrina)


O peso das coisas
imutáveis
inevitáveis
desgasta-me os ossos.

Quando nego-lhes a existência
ainda preciso de alívio
para a dor que infligem
ao meu corpo.

Fosse minha a escolha
teria sido concreto
mas foi o desejo de alguém
que fosse humano

- aceitei o desafio.


The weight of fixed
Unavoidable things
Wastes my bones

When I deny their existence
I still need drugs
To relieve the pain they inflict to my body

If I were to choose
I’d like to be made concrete
Was it someone else’s will
I was made human

- I take the challenge.




From the Series: Men, to Andy MacManis


My piece for both Sunday Scribblings and One Shot Wednesday over at One Stop Poetry

Thursday, January 20, 2011

#431

(image by Kenia Cris)


Quando eu for eremita
finalmente farei amizade com o silêncio
vou aprender a cozinhar
costurar
cultivar a terra
e reconhecer os barulhos da noite.

Quando eu for eremita
vou abandonar o mundo que conheço
e me tornar um
com o universo
misterioso e desconhecido
acima de mim
abaixo de mim
em torno de mim
dentro de mim.

Quando eu for eremita
vou perder as pessoas
as pessoas vão me perder
escreverei ocasionalmente
para falar do céu
do vento
das pedras
e de como às vezes
penso
o que seria da minha vida
'se'.


When I'm a hermit
I'll finally become friends with silence
I'll learn how to cook
and sew
and work the soil
and recognize the sounds
of small creatures in the night.

When I'm a hermit
I'll abandon the world I know
and become one with
the mysterious unknown universe
above me
below me
around me
inside me.

When I'm a hermit
I'll lose sight of people
they'll lose sight of me
I'll write occasionally
to talk about
the sky
the wind
the stones
and how sometimes
I wonder what life would have been like
'If'.


Friday, January 14, 2011

#430

(image by Kenia Cris)

Descendo a Rua Solitude
outro dia
vi uma casa na
Travessa dos Amantes
que poderia ser minha

Porta vermelha
Clarabóia
duas cadeiras brancas
sentadas na varanda

Com a primavera
e um Coração de Leão
eu poderia plantar
margaridas

Mas é só janeiro
e ainda faz frio.


Coming down Solitude Street
the other day
I spotted a house
I could afford
on Lovers Lane

Red door
skylight
two white chairs
sitting on the porch

With spring
and a Lionheart in the air
I could grow daisies

But it's only January
and it's still too cold.


(Offered to One Shot Wednesday over at one stop poetry)

Tuesday, January 11, 2011

Da transposição de oitavas / On octaves transpositions

(image by Alex B.)

Questiona o coração
e as perguntam
viajam
pelas artérias
do mundo

Reflexões pessoais
ressoam
gritos
coletivos

O amor de uma vida
não cabe num poema,
dentro você,
ou de mim

Mas somos
instrumentos
de sopro,
levamos nossas canções
a toda sorte de ouvido.


Question your heart
and the inquiry
travels
along
the arteries of the world

Personal musings
resonate into
collective
shouting

A lifetime of love
doesn't fit a poem
it doesn't fit
you or me

But we are
wind instruments and
we make our songs heard
by all sorts of ears.





(To Fulvio, in occasion of the anniversary of his blog)

(Meet other amazing poets at One Stop Poetry)

Sunday, January 9, 2011

#428


(image by KJ Halliday)

Sobrevive a
manhãs cinzentas
dias tristes
e sorrisos amarelos

o futuro,
meus queridos,
é vermelho carmesim.

Survive
gray mornings
blue days
half-hearted smiles

future,
my dear,
is crimson red.


Wednesday, January 5, 2011

#427

(image by Anfal M.)


Amar é
aceitar a luz
no rosto do outro
e também a sua sombra
projetada no chão.

Love will cherish
the light
on the other person's face
and his shadow projected on the ground
as well.



(Meet other amazing poets at One Stop Poetry)

Tuesday, January 4, 2011

#426

(image by Marcus Fuchs)

Não façamos do amor
um segredo
escondido
sob nossos pés.

Há segredos suficiente
no mundo
em cofres,
armários,
nas paredes dos quartos.

Que amar seja leve.
Que amor seja você e eu.


Let's not make love
a secret
hidden
underneath our feet.

There are enough
secrets in the world already
in safe boxes,
closets,
all over bedrooms walls.

Let love flow free.
Let love be you and me.

Monday, January 3, 2011

#425

(image by Hannah)

Temporariamente azuis
os olhos do homem
misturam-se ao mar

em ondas
quebram
sem receio

irrompem
em poesia

lavam a areia
dos meus olhos.


Temporarily blue
the man's eyes
mix with the sea

his waves
break
fearless

they arise as poetry
and wash the sand
off my eyes.


(To Marco)